e o amor, vai bem?... *;)

american images inc


amar é bom, não é? eu acho. faz bem à alma, à pele, ao corpo todo. isso sem contar os novos ânimos, o brilho no olhar, a vontade de estar mais bonita, de ser e estar mais leve.

porque amor é estado de encantamento e felicidade, traz leveza, nos deixa com outra cara, com outra disposição. o amor não nos modifica a essência, mas nos faz descobrir múltiplas formas de lidar melhor com o mundo, de olhá-lo com mais tolerância.

o amor é bom quando é assim. mas nem sempre é e nem sempre dura conforme nossa vontade ou a de quem nos ama. e um dia pode acabar, como, de fato, acaba. porque eternas somente a alma, a disposição para amar e para se deixar amar. eterno é o aprendizado.

e quando acaba a gente sofre, e é natural que se sofra, que a alma se esvaia em lágrimas e que o vazio se instale. é necessário viver todo o processo de desconstrução de um sentimento para poder seguir em frente e, mais à frente, abrir-se novamente.

o amor ensina, mas é na solidão que aprendemos muito mais sobre esse sentimento que encanta e movimenta a alma, porque é, também, na solidão, que aprendemos a nos amar em primeiro lugar.

amar é bom? é ótimo e todo mundo quer e todo mundo pode. o que não se deve é estabelecer o amor como meta de toda uma vida. porque o amor não acontece ao sabor de nossa vontade. o que não se deve é buscá-lo desesperadamente para preencher vazios, para suprir lacunas de outros amores que terminaram.

eu amo amar, a bem da verdade eu não saberia viver sem estar próxima do amor, mas preciso admitir que, para mim, o amor só tem valia se me trouxer liberdade e aprendizado. só tem valia se, ao final, me deixar plena da certeza de ter crescido mais um pouco.

estou certa de que o amor é para todos, não se trata de privilégio especial concedido a pessoas especiais. senti-lo é dádiva. no entanto, não senti-lo o tempo todo não é crime, nem castigo. e aproveitar sua ausência para lapidarmos nossa essência é obrigação.

eu amo amar e a cada amor liberto-me mais um pouco. e a cada ausência, meu coração se transforma, se amansa e se prepara para um novo (re) começo. e não existe nada melhor e transformador do que empreender uma nova jornada. porque é na estrada e, de surpresa, que nos assalta sempre o amor.

prosita? *;)


prosa miúda

começou do nada. de uma certa admiração. de sorrisos amarelos e palavras bobas. de uma vergonha engraçada.

(coisa de gente grande quando volta a ser criança).

começou do nada e, de repente, como um susto, o ar ficou cheio de corações soletrando nomes, de desejos insistentes. e pulsos acelerados.

do nada surgiram as cores. todas juntas e misturadas num arco-íris de possibilidades.

(as impossibilidades foram parar na desimportância do futuro).

e tudo ficou claro. os dias desandaram a nascer surpreendentemente novos. as noites ficaram quentes e as madrugadas orvalharam sem pudor.

(como uma primeira chuva de verão).

começou do nada e já era tanto. e de tanto ser, transbordou.

agora anda por aí, independente, feito uma vontade teimosa. e bonita.

acho que se chama amor.


mariza lourenço

Simplificando a vida

(ou me salvando do caos)


No dia 08 de março deste ano, uma Jornalista publicou no L'OSSERVATORE ROMANO, o Órgão Oficial do Vaticano, um artigo que dizia que a maior conquista da mulher, na era moderna, não foi a pílula anticoncepcional e nem o acesso ao mercado de trabalho e, sim, a máquina de lavar roupas.

Vocês já pararam para pensar que as nossas poucas conquistas vieram acompanhadas de mais ônus do que bônus? Pois adquirimos novos deveres, sem, contudo, nos livrarmos daqueles que tinham as nossas bisavós. E a nossa vida se transformou num verdadeiro caos, numa perpétua corrida contra o relógio.

Em qual Bíblia, em qual Constituição está escrito que lavar roupas é obrigação da mulher? E esta pergunta também vale para outros afazeres, como cozinhar, arrumar a casa, educar os filhos e etc.

Antigamente, o homem era o provedor da família, então era justo que coubesse à mulher a realização das tarefas domésticas. Mas, nos dias de hoje, quando trabalhamos tanto ou até mais do que eles, não posso entender como ainda existem mulheres que aceitam passivamente ser apenas de sua responsabilidade cuidar da casa e dos filhos e, ainda por cima, comemorarem, como vi várias fazerem no Fantástico, a invenção da máquina de lavar roupas. Poupem-me!

Pois eu lavo é a minha alma e declaro, em alto e bom tom, o meu direito inalienável de não fazer o que eles também não fazem e ponto, esse problema já resolvi na minha vida!

Mas tem dias que outros problemas se acumulam, você se vê impotente para resolvê-los e o coração fica aflito. Aí, o que fazer? Bem, eu acredito que quando se olha muito para o abismo, o abismo acaba olhando para você também, então, eu abstraio, mergulho em silêncios, crio uma escada, uma porta, uma via torta, fujo de mim mesma e me abrigo em meu mundo paralelo, onde meus olhos só veem o que acreditam e meus ouvidos só ouvem o que querem escutar, onde apenas lembranças e pensamentos bons me atravessam. E lá me deixo ficar, em “standby”, até que a alma se aquiete e eu possa voltar com uma nova vontade de viver a mulher que sou, 24 horas feminina, aquela que acredita que, para cada problema, existe uma hora e uma solução, e que sempre tem uma luz ao final de cada túnel, mesmo que esse fim de túnel seja difícil de alcançar no momento.

Minha vida não fica menos difícil assim, mas fica bem mais simples de ser vivida.



hoje minhas letras não se juntam, minhas palavras não se formam, meus versos não fazem sentido;

hoje não quero ouvir música, não quero ler poemas ou prosas e muito menos as notícias e seus problemas;

(nem quero contemplar a lua tão cheia de si a reinar entre estrelas).

hoje não quero falar, só quero ficar quieta e silenciosa no meu canto, recordar a felicidade nua de panos e os sons dos nossos corpos dialogando em surdina, entre suspiros, sussurros e gemidos, naquela última madrugada...

hoje só quero pensar em ti e mais nada!



layla lauar

a pedidos...

minha intenção hoje era escrever sobre outra coisa, mas Layla pediu que eu reeditasse aqui uma postagem feita em meu outro blogue durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. e como ainda estamos no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, acho que ela tem razão. então, abaixo, segue o texto, com as devidas adequações.

aproveitando que a campanha dos '16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher' em 2008 teve como tema a Lei Maria da Penha, teço algumas considerações sobre esta Lei que, desde seu nascedouro, tem provocado tanta polêmica desnecessária.

muita gente, por desconhecimento ou preconceito, ainda crê que a Lei Maria da Penha seja uma fórmula inconstitucional de punir o homem e favorecer um gênero em detrimento de outro. é justamente o contrário, a lei não veio para 'prender' o homem, mas para garantir o direito fundamental à vida e dignidade humana; veio, sobretudo, para ajudar a família e aquelas que padecem toda sorte de violência dentro de suas relações afetivas.

é preciso que as pessoas compreendam que a prisão do ofensor, daquele que descumpre determinação judicial às medidas protetivas, talvez seja a única forma de salvaguardar a vida de quem se encontra em situação de violência ou na iminência de sofrer um mal injusto e grave. é preciso também que se saiba que, antes da criação dessa lei, milhares de mulheres apanhavam e eram violentadas sistematicamente dentro de suas casas sem que nada acontecesse aos agressores, que acobertados por um sistema falho e sob os olhos cúmplices da sociedade, continuavam a bater, maltratar e humilhar suas companheiras, mães e filhas. afinal, o que vigorava era o princípio do 'não querer ver' ou de se 'varrer a sujeira para debaixo do tapete': 'eles que são adultos que se entendam' ou 'em briga de marido e mulher não se mete a colher'.

só que a coisa extrapolou, não é mesmo? e a sujeira que se procurava esconder levou nosso país para o banco dos réus de uma corte internacional, graças à determinação de uma mulher e de tantas outras que não se deixaram intimidar por um sistema moroso e francamente discriminador.

por isso, àqueles que criticam, eu peço que leiam atentamente a Lei em vigor. porque não existe nessa Lei conteúdo outro que não seja de proteção aos direitos fundamentais encartados em nossa Constituição.

creio, também, que neste blogue não me cabe fazer apologia contra a instituição do casamento ou das uniões estáveis, mesmo porque eu acredito na entidade familiar como base de uma sociedade saudável. o que eu não creio é na falta de amor e em relações desiguais e violentas. a Lei não evoca disputa entre os sexos e nem é esse o objetivo. o que se pretende, desde sempre, é o equilíbrio dentro das relações, porque não há como se atribuir dois pesos para uma mesma medida.

estar em situação de igualdade não me transforma em um ser híbrido ou com vagina e pênis ocupando o mesmo corpo. ser igual me garante, isso sim, as mesmas oportunidades, os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades. e tudo isso no corpo de sempre, feminino, com todas as características que me foram conferidas ao nascer.

e para os mais desavisados que crêem esta escriba advogada como mulher revoltada, de gestos ríspidos, fala grossa e indumentária de macho, eu digo que esse tipo de expectativa só se opera naqueles que ainda cultuam dentro de si preconceitos históricos, porque, afinal, eu posso falar do meu jeito e vestir como melhor me aprouver, seja de terno e gravata ou de saia e saltos altos. ser eu mesma e exigir sempre o mesmo respeito e igualdade de tratamento.

aproveitando a reedição dessa postagem, gostaria de esclarecer também que, na condição de advogada e militante feminista, quando a ocasião for propícia, abordarei questões relativas aos direitos da mulher, sem que isso, no entanto, se transforme em fonte de consulta, já que a abordagem, apesar de séria, estará sempre aquém daquilo que pode ser obtido quando se consulta um(a) advogado(a) particular. embora não me furte a qualquer tipo de orientação e esclarecimento, eu tenho um código de ética que não me permite extrapolar os limites da razoabilidade.

e pra terminar, uma miniprosapoética:


A (R) Dor

meses noites chuva granizo neve (se houvesse) paixão (se houve, um dia) se confundem nesse arremedo de vida que ensaio todo dia.

não se trata de tua pele, que arde, fogo em brasa, nesta alma em desarranjo com meu corpo gélido e entorpecido de tanto se curvar.

não se trata de teu cheiro, mas desta fenda maculada de onde ainda verte o resquício, vermelho-vivo, da fúria dos ataques não consentidos ao meu sexo, ao meu corpo, à minha vida.

não se trata mais de ti (posto que de ti nada mais sei)

cópia de teu pai

modelo de teu filho
não se trata mais de ti, de teu cheiro ou de tua pele

mas da miséria do silêncio, da dor que não acaba, do horror da aceitação:

a nossa nunca foi uma história de amor.


mariza lourenço


[imagem patricia ariel]

Virtual

— Dra., eu menti, não vim aqui para falar sobre o inventário de Carminha. É mais sério. Quero contratar os seus serviços para me separar do Valdir.
— Dona Magnólia, a senhora quer se separar do Seo Valdir?

E nessa hora contive a boca, porque quase arrematei a pergunta com um 'Aquele santo'. E era bem verdade, Seo Valdir era exemplo de correção e seriedade.

— Sim, minha filha, e quanto antes, melhor.
— Mas o que houve? Ele anda lhe maltratando?

Fiz a pergunta de praxe, claro, já que Seo Valdir, homem pacato, não faria mal a uma mosca.

— Não, ele anda me traindo. E não é de hoje. Cinco anos, pelo menos.

Então, meu queixo caiu de vez. Seo Valdir, ministro de igreja, casado há mais de trinta anos, baixinho, mirrado, quieto. Impossível.

— E a senhora só descobriu agora?
— Ih, filha, sei desde o começo.
— Dona Magnólia, gostaria de entender direito essa história. Seo Valdir a trai há anos e somente agora a senhora resolve se separar?
— Porque agora ele arrumou uma outra, além daquela. E a traição é dentro de casa, pelo computador, com uma moça mais nova que nossa filha caçula.

Minha vontade foi a de me enfiar debaixo da mesa para avaliar a situação daquela pobre mulher. Sim, porque a essa altura a história já começava a fazer sentido.

— Veja, Dona Magnólia, a situação é bastante delicada. Caso esteja mesmo disposta a se separar, podemos, quem sabe, para evitar um sofrimento maior para ambos, tentar um consenso... Deixe-me falar com ele.

— Não, Dra., a senhora não entendeu, eu não quero acordo nenhum, eu quero é alegar, como é que se diz mesmo?
— Adultério?
— Isso, adultério. Ele tem que passar vergonha na justiça pra pagar o mal que me faz.

Dona Magnólia desandou a chorar e meu coração ficou apertadinho. Eu conhecia o casal há muitos anos e não pude deixar de sentir pena de ambos, dela, tão machucada, e dele, que era um bom homem. Esperei, pacientemente, que ela chorasse à vontade e ao vê-la mais calma, insisti para que me permitisse conversar com o marido.

— Fale a verdade, a senhora não acredita que seja traição, Dra.?
— Dona Magnólia, a senhora quer minha opinião pessoal ou o que é aceito pela justiça?
— (...)

E esta foi uma longa conversa que não se esgotou naquele dia. Tampouco no subsequente, porque muito havia que ser entendido e explicado. De minha parte, especialmente, para deixá-la calma e segura de suas decisões.

Mas a questão da traição virtual me tomou um tempo enorme, porque o tema é controverso e polêmico, principalmente porque encontra resistência e aceitação às relações que se estabelecem num mundo ficto. Na verdade esse tipo de relacionamento é visto como uma relacão-erótico-platônica e, nesse sentido, a infidelidade existe e é moral.

Particularmente, acredito sim, que relacionamentos virtuais entre pessoas casadas, podem ser considerados traições em qualquer nível, tanto no que se refere àquele(a) que descobre o adultério do companheiro ou companheira e se sente atingido pela dor da infidelidade, quanto para servir de prova em processo judicial.

E não importa se o contato físico ainda não se concretizou ou se a relação permaneceu virtual, a mim me basta que tenha sido estabelecido o vínculo emocional, porque, se esse vínculo é primordial em relações reais para sua durabilidade, também o será virtualmente.

Afinal, o que fazer? Difícil aconselhar, porque não se pode admitir conselho baseado em meias-verdades. É óbvio que, como advogada, meu conselho nunca será outro senão este: viver uma relação de cada vez. E isso, naturalmente, significa abrir mão de uma atração que, mais tarde, poderá ser catastrófica para muita gente. "Ah!, mas eu escondo direitinho". Creia-me, um dia a casa cai, porque mentira tem pernas curtas. "Mas eu estou apaixonado(a)!". Então viva sua paixão, mas seja responsável em relação àquele(a) que divide a vida com você. Conte a verdade e, se for o caso, termine seu casamento.

Esse escape da realidade, essa sensação de se poder fazer o que quer, porque a Internet proporciona meios, não pode servir de desculpa para uma putaria generalizada. Se é verdade que a web igualou homens e mulheres no que se refere aos meios e oportunidades, também é verdade que ela banalizou e nivelou por baixo o verdadeiro sentido do amor. Mas, como toda generalização é perigosa e não convém, não me arrisco a colocar no mesmo saco todos os relacionamentos que têm início na rede mundial de computadores. Muitos, inclusive, extrapolam a virtualidade e se transformam em uniões bem sucedidas. Esses casos eu aplaudo de pé, sobretudo, pela coragem em sair da toca para viver um amor completo, à luz do dia, no meio da rua e sob os lençóis. Porque, sinceramente, meus amigos, preferir ficar sentado(a) numa cadeira, vendo peito e buceta e pinto, quando se tem ao lado alguém bacana, e em plenas condições de fazer o mesmo, realmente não dá pra engolir.

mariza lourenço

nota da autora: esse texto somente reflete a minha opinião pessoal e não se estende necessariamente à outra autora do blogue. Importante esclarecer, também, que as personagens mencionadas são fictícias, embora criadas com lastro em experiências reais desta advogada.


E amanhã é nosso dia: 08 de Março. Viva Você, Mulher!

Alisa o colchão e, assustada, encontra o próprio corpo encolhido. Ao lado um vazio insuportável. Uma falta medonha, a mesma que, toda noite, a faz deitar-se espremida contra a parede.

— Mã?...
— Humm...
— Tô com fome...

Cinco e meia da manhã e ela, levemente arranhada pelas horas mal dormidas, pula da cama, alimenta a criança, recolhe a roupa, passa batom e se veste de luta.

Um último olhar para dentro do quarto. O leito (re)feito e na cara, ah, sim, um sorriso escancarado de quem não tem tempo pra chorar de saudade.

***

muito tempo antes que ocorresse a tragédia que vitimou 129 operárias americanas, grupos de mulheres já se organizavam em torno da causa feminista. Foi preciso, porém, que algo de terrível acontecesse para que todos os olhos do mundo se voltassem para o universo feminino.

De lá para cá a luta para que a mulher goze dos mesmos direitos que o homem, direitos esses que, diga-se de passagem, deveriam ter todos os seres humanos, intensificou-se de tal forma que hoje é absolutamente impossível e irracional alegar desconhecimento dos avanços e transformações advindos de tantos anos de árdua batalha.

Os Direitos da Mulher são Direitos Humanos.

O Brasil é signatário de tratados internacionais de combate e erradicação à violência contra a mulher, portanto, não podemos aceitar qualquer forma de violência a pretexto de desconhecimento legal.

A Constituição Federal e o Código Civil Brasileiro garantem à mulher direitos e obrigações iguais aos do homem, depende, portanto, de nós que esses direitos prevaleçam sobre quaisquer formas de discriminação.

E depende, acima de tudo, somente de nós que aquelas que não disponham dos mesmos recursos e conhecimentos, tenham acesso às informações sobre seus próprios direitos.

Todas as mulheres, independente de cor, raça, orientação sexual, credo e condição econômica estão juntas no mesmo barco: de ideais e de vida.

O Dia 08 de março reporta, sim, a uma história triste, mas nos leva à reflexão, à vontade de permanecermos firmes por piores que sejam as condições do vento.

O Dia Internacional da Mulher dura o ano inteiro através da nossa luta, do nosso trabalho, da nossa inesgotável capacidade para o amor e, principalmente, através das cores sempre vivas da sensibilidade que nos é natural.

A todas as amigas, companheiras, mulheres que, todos os dias, enfrentam esta luta, que colorem seus corpos da cor da esperança, o nosso profundo carinho, respeito e admiração.

Duas Por Todas

Curiosidade feminina

Apesar do crescimento do nível de exigência das mulheres em relação aos homens, continuamos sem entender muito bem o que se passa na mente masculina. O que os homens escondem? Essa curiosidade carregamos através dos tempos, sejamos modernas, ou não.

Pensando nisso, resolvemos entrevistar alguns amigos blogueiros para que eles nos digam algo mais sobre a essência do homem deste novo século.

Nossa primeira vítima é Ricardo Rayol, um blogueiro de respeito.
(por layla lauar)
nós duas & Ele

Duas por Todas: Qual personagem da literatura ou cinema gostaria de ser e por que?

Ricardo Rayol: Pergunta difícil, mas um personagem que sempre me impressionou é Edmond Dantes, o Conde de Monte Cristo. Outro seria o Capitão Ahab, de Moby Dick.

DT: Silicone ou natural?

RR: Depende do porte. Se forem grandes e em dia, naturais. Mas gosto de seios pequenos também. Silicone na bunda, nem pensar.

DT: Caçador sempre? Às vezes se permite ser caça?

RR: Não sou caçador. Não vago pela internet atrás de presas incautas (risos). Gosto de ser caçado.

DT: A mulher tem que ser:

a) gostosa e tarada
b) bonita e inteligente
c) espiritual e radiante
d) apenas cúmplice e companheira
e) todas as opções acima são válidas

se optar pela última resposta, explique todas as demais... (muitos risos)

RR: Cúmplice e companheira.

DT: Como deixar ousada até a mais santinha?

RR: Ah, isso é segredo de ofício (gargalhadas). O mais importante é transmitir confiança. Se acreditam em nosso caráter, o resto vem naturalmente. E, é claro, respeitar os limites de cada um.

DT: Em sua opinião, as mulheres buscam para companheiro o homem sensível ou o machão?

RR: Homem sensível é quase viado. Homem machão é quase corno. Homem tem que ser homem, ponto.

DT: E você, como se define?

RR: Safado, mas não canalha.

DT: Tem hora e local certo para se fazer amor?

RR: É claro que não.

DT: Na hora do “rala e rola”, no que você é realmente muito bom?

RR: Em chupar. Uma buceta (pode?) cheirosa é o melhor que há. Sou capaz de ficar horas ali.

DT: Monogamia é sinônimo de monotonia?

RR: Depende do casal. Mas sou contra sair realizando “fantasias” indiscriminadamente em nome do relacionamento.

DT: Na relação homem-mulher, onde o homem erra e como poderia acertar?

RR: Na falta de atenção, de ouvir e ter um mínimo de demonstração de carinho, mas não exagerar para não virar homem sensível, logo, viado.

DT: E as mulheres, em sua opinião, onde têm errado e o que devem fazer para acertar?

RR: Insistir em se relacionar com canalhas. É algo que não compreendo

DT: Ciúme é amor ou insegurança?

RR: Depende do grau, em demasia é um saco.

DT: Tem alguma pergunta que não foi feita, mas que você gostaria de responder?

RR: Qual o tamanho.

DT: E, para terminar: Foi bom pra você? ;)

RR: Muito bom! Seria melhor se fosse com as duas, ao vivo. ;-)



Raio X




Ricardo se define como um personagem de vários atores, mas, em nossa modesta opinião, é um belo autor de vários personagens, cada qual representando uma faceta de sua instigante personalidade.


Dele...


Percorro um longo caminho,
até a pálida luz da tua janela,
vejo-te nua, entre a trama,
aqui estático, um voyeur.

Teu corpo nu, inocente
impossível, desejado,
é minha sina, meu pecado,
o açoite de minha imolação.

Tomo do falo rijo,
a mão já calejada,
embala o meu penar.

Despejo minha culpa.
O arfar mudo, agonizante,
é minha única recompensa



encontro marcado


Esperara por anos aquele dia. Contara as horas e minutos. Imaginara como seria o encontro. Cada passo, cada gesto, cada palavra. Com esmero se preparou. No momento certo ouviu um silvo, agudo, ensurdecedor. O contato áspero da foice em seu pescoço não foi surpresa. Surpresa era a face da morte. Não a imaginara tão bonita.


(leiam mais sobre o Ricardo Rayol: AQUI)




Agradecemos a você, Ricardo, a disposição em participar deste "bate-bola". Realmente, adorável